Primeira temporada da grande aposta do ano da HBO foi de tirar o fôlego
INÍCIO PROMISSOR
Não ouça quem assistiu apenas o primeiro episódio de Watchmen, a grande aposta do ano da HBO, entre as tantas que fez na tentativa de consolar os órfãos de Game of Thrones. De fato, o primeiro episódio é ruim. A primeira temporada da série só fica boa mesmo lá pelo terceiro episódio. Os anteriores, no entanto, são fundamentais para entendermos o intrincado quebra-cabeças que é a história.
Baseada em cultuada HQ, imagino que a série fique ainda melhor para quem já era fã dos quadrinhos, o que não é meu caso. A compreensão fica mais difícil, mas não impossível para os não iniciados.
Misturando assunto atual como o racismo, aliás, onipresente na história americana (só lá?), a série traz o fantástico para uma história bem realista. A mistura pode parecer esquisita sob um primeiro olhar, mas o roteiro brilhante de Damon Lindelof (de Lost) consegue conciliar os temas com habitual maestria.
A série começa acompanhando Angela, uma ex-policial que, disfarçada, começa a caçar supremacistas brancos e bandidos de outras matizes nas horas vagas. É assim que se depara com um misterioso vovô de cadeira de rodas. Embora inverossímil, ele assume a culpa pelo enforcamento do chefe de Polícia de Tulsa, grande amigo de Angela. Como ele conseguiu? A tentativa de desvendar esse mistério abre para Angela literalmente um mundo novo.
Tulsa, que de fato existe, é uma cidade estadunidense que foi palco de um massacre de negros por parte de supremacistas brancos nos anos 1920. Salto no tempo e policiais estão trabalhando de capuzes, a intolerância racial e contra as forças de segurança parecem cada vez mais perigosas. A cidade se torna o epicentro de várias situações esquisitas como chuvas de moluscos e uma cientista meio doida que ambiciona acumular poderes ilimitados.
Falar mais sobre Watchmen seria estragar as tantas surpresas que a série traz. Se você está cansado dos roteiros convencionais, essa é a série que merece ser assistida.