O exemplo de Chapecó


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De um fato bizarro, cidade se reinventou                                                                                   

 

O primeiro centenário de Chapecó, comemorado há uma semana, serve como reflexão para Canoinhas e região. Afinal, como a cidade mais afastada da Capital conseguiu se projetar e se tornar uma potência agroeconômica no País? Pelo cooperativismo.

 

    Até 1950, vejam só, assim como a nossa, a economia de Chapecó era centrada na madeira e erva-mate. Em 4 de outubro daquele ano, quatro homens incendiaram a igreja católica a fim de comover a população que, empenhada em apagar o fogo, deixou suas casas abertas, sozinhas, o que facilitou uma limpa geral nos bens dos chapecoenses. Sob  tortura, os quatro confessaram o crime. Antes de serem julgados, instigados pelo padre, cerca de 200 católicos invadiram a cadeia e os espancaram com pauladas, facadas e tiros. Não contentes, arrastaram os acusados pelo centro da cidade e queimaram os corpos. O ato violento ganhou projeção internacional e jogou sobre a cidade um aspecto de selvageria e violência que afastou investimentos.

 

     Essa história está contada no livro “O Linchamento que Muitos Querem Esquecer”, de Monica Hass. Em entrevista ao caderno “Nós” do Diário Catarinense, ela traduz em números o quanto o episódio impactou na economia de Chapecó. Foi assim que, em 1952 foi criado o Frigorífico Chapecó e com ele as bases do cooperativismo na cidade. Os chapecoenses perceberam que não receberiam iniciativas externas e resolveram reagir. Acertaram.

 

     O que aprendemos com isso? É claro que não precisamos linchar ninguém para evoluir, mas fica a lição de quem se viu abandonado e resolveu reagir. É o nosso caso. O governador Raimundo Colombo não aparece aqui há três anos. Os outros vinham, prometiam e nada faziam. Estamos à deriva em relação ao governo estadual e federal. Precisamos nos unir e pensar em que atividade econômica podemos investir a partir do que já temos, porque esperar pelo que vem de fora não dá mais.

 

     A mensagem soa simbólica no ano em que lembramos os 10 anos do blefe Aurora, quando os chapecoenses já nos deram um sinal claro de que não adianta esperar pela ajuda dos outros, temos de nos virar.   

 

A PROPÓSITO: A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Canoinhas  segue sem titular. Não há previsão de nomeação.

 

 

Bom exemplo

O Feirão do Automóvel que aconteceu no domingo passado no Parque de Exposições Ouro Verde, em Canoinhas, é exemplo de como iniciativas simples podem ser inspiradoras.

 

A ideia de fazer o Feirão nasceu da boa perspectiva criada pelos Domingos da Família no Parque, ideia implementada pela atual administração municipal e que teve sucesso de público nas duas edições já realizadas. O Feirão foi igualmente bem-sucedido.

 

Isso prova que não precisamos de ideias mirabolantes para crescer e oferecer lazer para a população. Podemos ter grandes sonhos, como o Parque da Cidade a ser instalado no Campo d’Água Verde, mas enquanto não o realizamos podemos muito bem usar a boa estrutura do Parque de Exposições para eventos públicos de lazer.

 

 

DE BOA

Antes de pegar férias o secretário de Saúde de SC, Vicente Caropreso, passou por Bela Vista do Toldo para falar de política e receber diversos pedidos do prefeito Adelmo Alberti (PSDB). De Canoinhas não tomou conhecimento, senão teria de explicar porque o Hemosc não reabriu o famigerado posto ainda. Na imprensa estadual, as férias em período caótico para a saúde foram bastante criticadas.

 

 

O empresário que pague

O secretário da Fazenda de SC, Almir Gorges, é um homem de bom coração e por isso ficou tocado com a notícia da morte da criança que padeceu em uma ambulância estacionada em um posto de combustíveis de Mafra e que de lá não saiu por falta de combustível. O pai da criança, desesperado, quis pagar, mas o motorista da ambulância do Samu lhe disse um redondo NÃO.

 

Pois bem, o secretário teve a brilhante ideia de estimular o empresariado a financiar a Saúde do Estado. Claro que isso seria extra impostos. Três boas almas da iniciativa privada já doaram R$ 3 milhões. Oremos que esse dinheiro não se desvie nos dutos do Governo e de fato sirva para que outras crianças não agonizem em postos de combustíveis.

 

 

BEM SENTADOS: Longe já da polêmica criada pela compra de mobiliário para seu gabinete ao custo de R$ 5 mil, prefeito Beto Passos (PSD) posa com o empresário Aristeu Rocha e outro visitante na poltrona e sofá que compõem a compra que repercutiu nas redes sociais. A aquisição engloba ainda mais uma poltrona e um aparador.

 

 

 

Rodovias

Deputado estadual Valdir Cobalchini (PMDB) propôs projeto de lei que prevê a destinação de 10% do IPVA para conservação e manutenção das rodovias estaduais. O parlamentar diz que em 2016 o Governo arrecadou cerca de R$ 1,5 bilhão com IPVA e multas. O Tesouro Estadual ficou com R$ 750 milhões. Portanto, o Deinfra teria R$ 75 milhões para cuidar de rodovias em péssimo estado.

 

Cobalchini conhece bem a situação, afinal precisa passar pela intransitável SC-135 para visitar seu reduto, Caçador.

 

 

RÁPIDAS

R$ 212 MILHÕES: já foram gastos neste ano pelo Estado em  demandas judiciais ligadas à Saúde.

 

EXPLICANDO: São pessoas com doenças que demandam remédios caríssimos que entram na Justiça para que o Estado banque o tratamento.

 

OPS: Mafra e Porto União completaram 100 anos de criação na sexta passada, mas as datas de fundação dos Municípios serão comemoradas na próxima semana: Porto União dia 5 e Mafra, dia 8.

 

2.516: professores com mais de 70 anos seguem em sala de aula no Brasil.

 

23%: das cidades brasileiras estão em estado de emergência por causa de inundações e estiagens.

 

R$ 1,8 BILHÃO: é quanto o governo brasileiro quer reaver pagos indevidamente em benefícios por acidentes.

 

PESQUISA: Metade do País se sente vizinha do crime. Para 23% este risco é alto. Para 26%, médio.

 

ISSO MESMO: Deputado Vicente Cândido (PT) definiu bem o fundo partidário: “Fundo eleitoral é um dinheiro que será roubado de você para você eleger quem vai te roubar”.

 

PERDEMOS A CHANCE: Em Brasília já se dá como certo enterro da Reforma Previdenciária.

 

PERGUNTA PERTINENTE

Quando sai a licitação para reforma da rodovia SC-477, prometida há cinco meses?





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